06/04/2010

Que graça ?

Suponho que entender você não seja assim, tão complicado. Mas só suponho.
Aceitá – lo é que é difícil!
Aceitar que ele, ao contrário do que me ensinaram, é completamente diferente de você.
Nos gostos, desgostos, no gostar.
No ver, ouvir, sentir, pensar, falar. Concordar, ou não.
Somos completamente diferentes. Eu falo de nós dois.
E quando percebermos isso deixaremos de entrar em conflitos inúteis, porque vemos as coisas por ângulos opostos, ou porque nossas opiniões divergem, sempre e muito !
Mas se assim não o fosse, que graça teria você, ou eu?
O convívio seria quieto, ou agitado em demasia.
Se fossemos mesmo ‘todos iguais, braços dados ou não’... De nada valeria conhecer ele, você, o de ontem, o do ano passado, ou o de amanhã. Porque já saberia o que encontraria.
E se não gostei de você, não gostaria mais de nenhum.
E olha, que graça teria você, se fosse exatamente igual a mim, e a todos os outros?
Imagine então, uma rua, em que todas as casas fossem idênticas.
Formas, cores, telhados, portas, e interior tudo igualzinho.
Que diferença faria, morar nessa, visitar aquela, admirar a outra, ou entrar para conhecer a de lá?
Que graça teria a minha casa pra você, se fosse completamente igual a sua por dentro?
Quando entendermos que eu não sou obrigada a te dar razão sempre, cada um vai conviver em paz com a sua razão, ou com várias delas, e se quiser, sem nenhuma razão. Exerceremos, então o respeito à verdade alheia.
E vamos achar as coisas diferentes umas das outras, e essa será a graça. A nossa graça, estando juntos ou não!
Mas entendamos então, que as verdades de cada um são incontestáveis, e ponto final.
Mas são incontestáveis só pro cada, ou só pro um.
E ninguém além de nós, tem nada com isso!
Ninguém é obrigado a aceitar como verdade tudo o que há no outro. Repito, tudo seria muito mais fácil se entendêssemos que somos completamente diferentes. E que não adianta esperar que ele, ou ela tome as mesmas atitudes que você, ou eu. Ou que devolva na mesma medida a sinceridade da qual você dispõe.
A reciprocidade é uma coisa minha, não dele, ou daquele outro. Talvez alguém mais a considere importante, mas entendam vocês, ou não isso nunca virá nas mesmas proporções. NUNCA!
E esse é o princípio de todas as frustrações – ou quase todas – achar que qualquer um à sua volta vá ter a balança regulada como a sua. E quando não tem, tentar ajustar, enquadrar, equilibrar as medidas e as prioridades dos outros de acordo com as suas.
É importante que entendam: Não, isso não funciona! Pelo menos pra mim.
O que talvez dê pra encaixar melhor é a tolerância e a consciência de que o seu espaço, termina onde o meu começa. Eu sei, eu sei, isso é bem clichê no estilo ‘ditado popular’. Mas se levássemos isso a sério, teríamos menos problemas de convivência e menos relacionamentos cairiam em ruínas depois de algumas opiniões divergentes. Não acham?
Não?! Tudo bem. Ninguém é obrigado a pensar como eu! Essa é a graça!

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