10/10/2016

do sentir.

 Há poesia nas verdades que eu não digo. Meu silêncio é tão lírico quanto inatingível.  Não precisa haver beleza nas palavras. Mas exatidão.  Clareza que me veste. Me apetece. Não adormece. Estranheza que não mede.  Se admira e escurece.  

Nas poucas sílabas você encontra a resposta incompleta pra a minha agonia. Exaustiva entropia. Paradoxo cíclico. Sentir. Fluir. Rima não cabe em ti. Métrica a desiludir. Desconstruir. 
O labirinto morno esquecido.  Volta a me olhar em refúgio do desassossego.                     
Volto a erguer os muros, deixo a porta aberta e adormeço. Nas verdades que me diz e ainda não  mereço.             

01/10/2016

da distância

Que não cabe
Não sossega. Não negocia.
Me enche a alma na madrugada, sem previsão.
Me enche a cara e solta no vento.
Não sossego. Não afugento.
A calma da madrugada. Que enche a casa.
E não acomoda.
Os sons invadem os sentidos e só respirar já não basta!
Espera. Não cabe. Não negocia.
E eu não sos se go!
O vento solto é que invade a casa. Incomoda.
Afugenta. Tenta.
Invade e não dá trégua.
Até o fim. Que acomoda a calma pálida do ser comum.
E NÃO DÁ CONTA.
Tragando o ar, como o último dos sonhos soltos.
Não quer ir.
Mas a trégua é só por dentro.
Transcende e transpassa.
Acomoda e acalma. Solta o vento invasor e se atrapalha.
Dá conta. Quando atroplea!