18/07/2010

Voar.

Se um dia você sentar no topo de uma pedra. Em silêncio. Você, o céu e o mar.
Em que você vai pensar?
Vai sentir o que?
Saudade? Medo? Vontade de pular? Ou de voar?
Do que você vai lembrar?
O que vai desejar?
O que jogaria? O que buscaria?
Já imaginou o que há por trás dessa pedra?
Falo da sua pedra!
A que você coloca sobre o problema, a ofensa.
Em cima do pedido de desculpas, em cima do assunto.
Teria coragem de levantar a pedra agora?
Tenta descer bem devagar pra olhar para cada ‘assunto enterrado’.
Teria coragem de desenterrá – lo e resolver?
Ninguém tem!
Mas então. Hoje eu resolvi subir... Sentei na pedra e ouvi o vento trazer num sussurro cada assunto enterrado, esquecido, enrolado, deixado de lado.
Aqui, ninguém pode ouvir o que eu penso.
Ninguém pode ver o que eu sinto com a pele, com os nervos, com os dentes, e olhos.
Não corro o risco de explodir e sair desenterrando tudo. Gritando os pensamentos aos quatro cantos como se fosse tanto.
Forrei a pedra, deitei e pensei sorrindo, apenas. Em silêncio!
Que preciso desenterrar o pouco que ainda está por trás, e que a explosão não será catastrófica, como parecia.
Apenas barulhenta!
Até porque, esse silêncio aqui em cima, me dá nos nervos. E esse vento soprando memórias recolhidas é muito frio, pro meu estado de espírito atual.
Agora eu acho que quero uma pá... e algumas ferramentas também.
Mas por favor, se as trouxer jogue - as todas lá embaixo.
Antes de começar gostaria de voar um pouco. Vem comigo?

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