03/07/2010

Confusão (I).

‘Como eu me sinto?’
Que te importa?
É, eu sei! Mas a sua preocupação nunca me convenceu.. Não seria diferente agora, né?
Pois bem. Estou aqui deitada, ouvindo músicas com aqueles mesmos clichês de sempre.
Aquelas que mandam você ‘jogar as mãos para o céu e agradecer, caso tenha alguém que você gostaria que estivesse sempre com você...’
E eu ? Sorrio, e mais nada !
As músicas mudam. Vozes diferentes me levam no embalo. Trazendo à memória dias, sonhos, sons cheiros, olhares.
Sempre lembram alguma coisa. Mesmo que já a tenha esquecido.
Mas hein.. Ultimamente tenho estado meio alheia aos meus muros.
Tenho dado preferência a sentar sobre eles e aproveitar a vista do que há em volta. E até que não tem sido ruim!
Não diria que voltei a sonhar como antes. Só não tenho pesadelos e durmo tranqüila. É isso!
Aproveito tranqüila o que guardo aqui. O sorriso, o olhar, o cheiro, a voz, as mãos, boca, cascas e recheios.
Sabendo que no fim, pode vir o gosto amargo. Mas que me importa?
Só tenho sentido o doce do recheio, como um chocolate!
Consegue ver assim?
Eu sei, eu sei. Falo como se fosse tanto, e muito. Como se fosse uma panela inteira de brigadeiro. Mas não!
Pense apenas como uma barrinha de chocolate que acabei de abrir e comer os dois primeiros quadradinhos. Sem ao menos ter contado quantos outros tem. Mas não me importo em saber agora.
Só os guardei na geladeira pra experimentá – los depois, e descobrir que gosto têm.
Sem pressa, sem fome, sem a necessidade angustiante que consome após as primeiras mordidas.
Pretendo talvez, tirá – lo da geladeira, embalar pra viagem e levá – lo no bolso, pra quando quiser lembrar o gosto.
Mas com calma. E só se for mesmo como os dois primeiros pedaços. Doce, e só!
Detesto chocolate amargo. Mesmo que seja só meio!
Mas então, continuo ouvindo as músicas com frases feitas e profundas filosofias de vida.
Prefiro as antigas, mas algumas mais novas se encaixam tão bem que chegam a confundir.
São sorrisos que fazem verão nos olhos com lápis preto pra afastar quem não quiser me ver feliz.. Que tiram do sono e do sério, com all stars azuis e um caminhar envolvido por mistérios de uma menina singular, a quem todo mundo quer cuidar enquanto na verdade o que quer é sair, e cair – não necessariamente nessa ordem. – mas tem medo. Que dá medo do medo que dá. Além da timidez que a faz camuflar, desfazer, disfarçar. Sendo pensamento, furacão e vento.. Cantando sinfonia, soprando no ouvido esse mantra de um signo de ar, - quando na verdade é de terra. - Mas não vê problemas, porque assim que dá, pra mudar o tempo, inventar hora e fazer história em cada momento sem fazer idéia de como controlar.
Pode parar de rir, por favor? É, eu sei que gostou tanto quanto eu.
Até porque também não consegui controlar o riso, enquanto juntava os trechos, e fazia a minha trilha sonora particular.
Eu sei. E avisei que seria confuso!
Não avisei?
AAAh, mas que te importa?

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