22/07/2013

Insônia


Parece que o silêncio de todo esse tempo emudece o pensar da gente.
Parece.
As ideias são todas tortas, e mais confusas do que sempre. - Se isso for possível.
Perdi o ritmo, a poesia, e a melodia da minha confusão sempre tão afinada na ponta dos dedos.
Como faz pra achar o compasso, no meio do vento? No meio da noite?
Como faz pra sair da inércia? Pra sair do sossego?
É isso! Desarrumar, desfazer a bagagem organizada com tanto custo.
Desassossegar a confusão amontoada sobre um punhado de palavras cheias de poeira.
Cheias do que fazer, e de querer emudecer.
O sentido do que eu dizia antes chegava no correr dos dedos entre as teclas.
Cadê o caminho de volta pro labirinto?
Nem me olhe assim, não sou louca. Não a esse ponto.
A luz do lado de fora é muito forte, e eu to cansando disso. 
Quero a escuridão onde eu só encontrava os sonhos das noites sem sono.


As noites sem sono voltaram, e ele diz que eu só reclamo disso desde os escritos primários.
Mas é disso que eu tiro a minha insanidade criativa.
Enquanto o mundo dorme, eu faço planos mirabolantes de dominar o mundo.
Eu, dominar o mundo!  Pode rir, eu deixo.
Não consigo dominar meu sistema nervoso, imagina o resto!
Não consigo dominar nem meu silêncio, imagina o sistema nervoso!
Mas se nem o barulho dos sonhos acordados de sempre eu to sabendo organizar..
Como eu vou dominar algo que nunca foi meu, esse tal silêncio?
Ele morde quando encosta?
Eu penso que sei, mas só o conheço de vista.
Ele nunca esteve por dentro, só na vista dos outros.
Ele tem me deixado muda, mas é só acomodação.
No fundo ainda é tudo desordem, barulho e falta de sono!

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