25/07/2011

Vento na parede.

Brinca de pintar a casa. A menina deitada no vento.
Joga tinta colorida e nova, na parede cinza e descascada da casa velha.
A base é sólida.. mas o telhado não é mais o mesmo e às vezes dá goteiras.
Chove dentro!
Mas a menina seca tudo, com o pano manchado com cores antigas, conhecidas.
E na mistura dessas cores, ela vê cor nova saltando com o tempo.
O mesmo tempo de vento que leva o telhado, e deixa a chuva limpar a pintura da casa.
Traz a cor nova da mistura que ela fez da vida.
E brinca, de colorir o sólido das cores sóbrias que construiu.
A menina se engana, mas quem não o faz?
A menina ri de si, ri do engano, ri da cor.
Ri do mundo que espera que ela não brinque mais.
E brinca de ser séria, e sóbria, e amarelada, desbotada.
Atriz!
Enquanto dá gargalhadas,
A menina sentada, dos olhos sérios que dizem apenas ‘bom dia’.
Brinca de dizer, e de ser o que esperam.
Enquanto ri. Pro vento, pra casa, pras cores, pro mundo.
Ri pra dentro, e só!
Dizendo e sendo, o que bem entende.
Jogando tintas de vento na parede, 
Sem pressa alguma de ver que cor vai soprar dessa vez!

Um comentário:

  1. Que texto lindo, Bia... Nossa! Tão leve e ao mesmo tempo cheio de significados... Parou de escrever?

    ResponderExcluir