05/06/2010

Máquina de lavar!

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Hoje quero quase o contrário!
Talvez não me calar, mas também não quero gritar.
Quero chorar por força de expressão, mas sem expressões muito fortes, pra não machucar ainda mais meus lábios mordidos, rachados, partidos.
Não quero me expressar claramente, não quero que me entenda. Não quero nem que me ouça.
Na verdade o que queria agora.. Era o grito mudo do vento, jogando uma mecha de cabelo no meu olho quase escuro, do lápis borrado. Enquanto balançava as ondas que gelam meus pés. Gelam a alma, o suspiro, o respirar.
E respiro fundo, puxo todo o ar de uma só vez, ao ver de perto o prata da lua no mar, quase cegar as vistas. Me visto, de vento, invisível, mudo.
Meus sentidos é quem conversam, mas só comigo. Num sonho acordado, em sintonia calma, quieta, muda.
Parada!
Ouvindo apenas o canto leve da brisa que os anjos sopram, só pra me acalmar.
Enquanto ao molhar meus pés, a água gelada encontra nas suas extremidades a carga pesada que tem de levar. E lava!
Lava os pés, a alma, a calma, lava o dia. E o leva embora.
Leva consigo, num canto e num riso, de acordes simples que não acordam, o sonhar acordado.
Leva o barulho, a euforia, leva a ansiedade, a angustia, a agonia, leva a lágrima, o cansaço, o peso, o passo.
Me leva junto, num sonho calmo, de um sono leve.
Me acorda então, o cheiro do mar, da vida.
Um suspiro pra entender só o que eu quero aqui. Mas não demoro e vejo que não preciso entender.
Por que eu só quero sentir, ver, ouvir, pra então voltar a dormir.
Mas do lado contrário!

2 comentários:

  1. ah o mar, a água do mar. É como se fosse uma das minhas moradas. Lá eu sei que posso sorrir chorando porque ele vai entender levando tudo de ruim embora.
    Bom texto.

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  2. coom certeza, .__. só de sentir a água nos pés.. já é um alivio pra tudo !
    brigada. ;D

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