Depois de tudo e tanto. Olha eu aqui de novo. Falando das mesmas coisas. Refazendo a mesma cena.
Sentada no canto do mundo, cantando.
Depois de quase secar. Quase sentir. Quase morrer.
Levanto a cabeça, e o que eu olho já não cabe mais no espelho. Extrapola o peito.
Agoniza!
Releio tudo. Receio nunca voltar. E volto.
Repenso, refaço, reconheço. Sinto!
Estraçalho todo dia a minha cara. Sorrio. Encaro as olheiras e só rio.
Não escondo mais nada. Decerto que ainda não vejo tudo. Mas nada do que vejo dou conta de esconder. Só fantasio. Rio de mim e sigo rio montanha a baixo.
A tempestade entrou no meu quarto. Sentei e assisti. A luz intensa não me cega mais.
Sufoco só de pensar.
Soluço, respiro fundo, levanto e sigo.
Levo o espelho, a água e o raio.
Hoje, nada me cega mais que a razão.
E no penúltimo último dia, descanso na tempestade.
Ainda, com tudo, e com tanto.
déposer.
24/03/2019
31/08/2018
a sensação é que eu dou voltas. me aprisiono no instante de sempre.
eu corro. paro. olho. e o instante é nada.
o ponto de contato é o mesmo ponto da fuga.
às vezes eu fico pensando em como as pessoas conseguem seguir, como se nada fosse.
mas, no fundo, eu sei o quanto a minha arrogância subestima o fato de que o outro pode tá sentindo tudo, vivendo tudo (de fato) e absorvendo tudo.
enquanto eu só sigo. como se nada fosse. e como se o meu nada, de sempre aliás, fosse tanto e tão incabível que ninguém entenderia. pobre de mim.
o mundo tá desmoronando, e eu olhando pro meu umbigo.
o mundo caindo aos pedaços, e eu achando que meu peito seco é o maior problema de hoje.
o café nem esfria mais. não dá tempo.
eu me tornei uma síntese das histórias que eu não quero mais contar.
o dia me toma pelo braço e me mostra o quão miúda eu sou perto de tudo o que me proponho a fazer.
sou pequena pra ver. pequena pra saber. pequena pra sentir. pequena pra existir.
e a sensação volta. cada dia mais familiar. dando voltas nas mesmas questões.
aprisionada na mesma casa, que nunca se abre.
a cada tentativa alguém me empurra mais pra dentro.
o contraditório sempre se apresenta.
implorando por sentir algo. agonizando por existir.
e quando sente. sai correndo. por mais que tente re(existir), o movimento é quase orgânico.
quando eu percebo já tô inerte. acampada no céu de um dia que eu escolhi eleger pra me acalmar.
me sinto abraçando as pernas e me encolhendo em movimentos repetitivos pra frente e pra trás.
sentada, olhando. sentada dentro de mim. olhando uma projeção que eu sei que não existe num espaço/tempo possível.
me anestesiar na rotina nunca foi tão fácil. antes eu fingia não gostar.
hoje eu agonizo, mas é disso que me valho. é isso que me faz querer parar pra respirar e olhar pra cima. lembrar que eu sinto. mas só lembrar. que um dia eu posso.
"quando eu tiver tempo, energia e disposição", eu digo.
mas na verdade é quando eu tiver coragem.
queria parar de te olhar pelo espelho, sentar na sua frente e sentir.
mas a sensação é que a coragem nunca chega.
enquanto isso eu só rio dos outros. enquanto isso eu finjo existir.
dando voltas, como se nada fosse.
eu corro. paro. olho. e o instante é nada.
o ponto de contato é o mesmo ponto da fuga.
às vezes eu fico pensando em como as pessoas conseguem seguir, como se nada fosse.
mas, no fundo, eu sei o quanto a minha arrogância subestima o fato de que o outro pode tá sentindo tudo, vivendo tudo (de fato) e absorvendo tudo.
enquanto eu só sigo. como se nada fosse. e como se o meu nada, de sempre aliás, fosse tanto e tão incabível que ninguém entenderia. pobre de mim.
o mundo tá desmoronando, e eu olhando pro meu umbigo.
o mundo caindo aos pedaços, e eu achando que meu peito seco é o maior problema de hoje.
o café nem esfria mais. não dá tempo.
eu me tornei uma síntese das histórias que eu não quero mais contar.
o dia me toma pelo braço e me mostra o quão miúda eu sou perto de tudo o que me proponho a fazer.
sou pequena pra ver. pequena pra saber. pequena pra sentir. pequena pra existir.
e a sensação volta. cada dia mais familiar. dando voltas nas mesmas questões.
aprisionada na mesma casa, que nunca se abre.
a cada tentativa alguém me empurra mais pra dentro.
o contraditório sempre se apresenta.
implorando por sentir algo. agonizando por existir.
e quando sente. sai correndo. por mais que tente re(existir), o movimento é quase orgânico.
quando eu percebo já tô inerte. acampada no céu de um dia que eu escolhi eleger pra me acalmar.
me sinto abraçando as pernas e me encolhendo em movimentos repetitivos pra frente e pra trás.
sentada, olhando. sentada dentro de mim. olhando uma projeção que eu sei que não existe num espaço/tempo possível.
me anestesiar na rotina nunca foi tão fácil. antes eu fingia não gostar.
hoje eu agonizo, mas é disso que me valho. é isso que me faz querer parar pra respirar e olhar pra cima. lembrar que eu sinto. mas só lembrar. que um dia eu posso.
"quando eu tiver tempo, energia e disposição", eu digo.
mas na verdade é quando eu tiver coragem.
queria parar de te olhar pelo espelho, sentar na sua frente e sentir.
mas a sensação é que a coragem nunca chega.
enquanto isso eu só rio dos outros. enquanto isso eu finjo existir.
dando voltas, como se nada fosse.
26/05/2018
da gota.
Não posso esperar. Pra que as coisas não se percam na memória.
Minha mão ainda tá trêmula e escrevo sem muita firmeza.
Sinto um vento delicado dilatar minhas pupilas.
Os ventos entram em meus olhos, em meus poros, quase pedindo licença, mas não tão sutilmente quanto possa parecer.
Minha mão ainda tá trêmula e escrevo sem muita firmeza.
Sinto um vento delicado dilatar minhas pupilas.
Os ventos entram em meus olhos, em meus poros, quase pedindo licença, mas não tão sutilmente quanto possa parecer.
Esse é o ponto!
Transitei entre ciclos de sutileza e pesar.
Quase morri, quase chorei, quase surtei.
Experimentei um pouco de cada um dos meus terrores noturnos.
Senti medo do meu medo de forma genuína. L Ú C I D A!
Experimentei um pouco de cada um dos meus terrores noturnos.
Senti medo do meu medo de forma genuína. L Ú C I D A!
E da forma mais delicada possível cuidei de mim:
R E S P I R E !
R E S P I R E !
Agora isso fez todo o sentido. Tudo fez!
Os espaços desse universo são projetados para nos empurrar aos nossos sentidos. Todos eles!
Todos Elos. Sou toda sensação!
Todos Elos. Sou toda sensação!
E elas vêm todas ao mesmo tempo:
Frio, calor, muito frio, CALAFRIO, frio na espinha e enquanto eu pisco: MUITO CALOR!
Tudo em menos de de 15 segundos.
Frio, calor, muito frio, CALAFRIO, frio na espinha e enquanto eu pisco: MUITO CALOR!
Tudo em menos de de 15 segundos.
Em segundos você acorda.
Pra a importância de estar aqui agora .
De dar-se conta de si. SOZINHA.
Pra a importância de estar aqui agora .
De dar-se conta de si. SOZINHA.
S O Z I N H A !
Mas com a melhor energia circulando em volta.
Luzes que te acompanham, seguem o seu fluxo.
Tornam-se pontos de referência quando você se perde.
Luzes que te acompanham, seguem o seu fluxo.
Tornam-se pontos de referência quando você se perde.
Você se perde TODO O TEMPO.
Perde o TEMPO.
Perde o TEMPO.
Ele escorre no canto da boca, por entre os dedos.
Escorre pela linha de suor que desce da nuca.
Escorre pelo seu cabelo enquanto te toca.
E quando você se dá conta ele nem existe mais.
Se perdeu. Na memória.
Junto com todas as coisas que você não vai esquecer!
Junto com todas as coisas que você não vai esquecer!
Pratigi - BA,
30.12.2017 - 5:40am.
30.12.2017 - 5:40am.
28/08/2017
Escritos inacabados #1
De onde tiramos o afeto pras coisas que não nos aprisionam?
O que me interessa, me diz mais sobre o que eu não quero.
Tento, a todo custo, manter as angústias fora da rota. Longe do toque.
Não há consciência suficiente para emudecer o sentir. O grito fica.
Abafado. Calado. Forçado.
Mas fica!
O que me resta é saber como me ligo a ele. Por onde volto pra encontrar o sentir do qual me escondo?
Entorpecer não cabe mais. A apatia só me veste por fora. Mas não me cabe.
Aperta. Não sobra!
Porque eu sinto de longe? Porque, ainda assim, te quero por perto?
Porque sou eu? Porque é você?
Não sei, Chico.
O doce predileto, o açúcar, o afeto.
Não me prendem na casa.
Mas a casa tá presa em mim, virou carapaça.
31.01.2017
O que me interessa, me diz mais sobre o que eu não quero.
Tento, a todo custo, manter as angústias fora da rota. Longe do toque.
Não há consciência suficiente para emudecer o sentir. O grito fica.
Abafado. Calado. Forçado.
Mas fica!
O que me resta é saber como me ligo a ele. Por onde volto pra encontrar o sentir do qual me escondo?
Entorpecer não cabe mais. A apatia só me veste por fora. Mas não me cabe.
Aperta. Não sobra!
Porque eu sinto de longe? Porque, ainda assim, te quero por perto?
Porque sou eu? Porque é você?
Não sei, Chico.
O doce predileto, o açúcar, o afeto.
Não me prendem na casa.
Mas a casa tá presa em mim, virou carapaça.
31.01.2017
Escritos de estranheza acumulada #1
Tava aqui pensando...
O que sou eu agora? Quando eu cheguei (e parei) aqui?
Conversamos e eu te disse claramente, mas isso não faz diferença agora. Me aprisiono sempre no mesmo lugar seguro. Antes eu pensava que vinha pra cá me esconder. Sempre quis vir, e achei que fosse meu refúgio.
Mas sim. Meu refúgio me aprisionou. Não sei mais sentir.
Não sei pensar sobre o que eu sinto. Não sei dizer. Não sei O QUE dizer. Não agora.
Minha armadura não quer mais me deixar. Enquanto tento, agonizo.
Me debato por todos os lados. Meu corpo não responde. Permanece intacto, insosso.
INERTE!
Enquanto isso, eu grito por poder sentir. Só sentir.
Sem prever. Sem antecipar.
Agonizo, por sentir e não conseguir atravessar a nuvem cinza e sólida, só agonizo.
Não sei o caminho de volta. Nunca antes quis voltar.
Não consigo me soltar. Não consigo não pensar. Nunca antes quis não remediar.
"Muito sensata", vocês dizem.
Talvez eu seja mesmo. Inteireza em sensatez.
Eu chamo de anestesia.
A vida me engole, tritura, me empurra do penhasco. Eu sento na ponta do mundo, e só penso a respeito. Imóvel, Intocável, paralisada.
Agonizando por dentro.
Serena e "sensata" pro mundo.
Mas você já se perguntou de onde veio todo esse SUPOSTO saber acerca da dor e do existir dos outros?
Já parou pra pensar em quantas horas de sofrimento e de corpo dilacerado existem em cada frase de compreensão e assertividade?
Pois é. Agora, eu sou aqui.
Sentada num banquinho de madeira, os pés apoiados num tronco de árvore, meio torta, meio sonolenta. O sol esquenta minhas costas, ao mesmo tempo em que o vento me arrepia o anti-braço com um cuidado quase amoroso. Tenho a melhor vista dessas bandas da cidade bem à minha frente. 4 tons de azul, no mínimo, entre o mar e o céu claro (raridade nos últimos tempos). Abaixo do azul, alguns tons de verde em volta de tudo. Uma igrejinha lá no fundo e umas ruínas antigas no caminho.
Tudo muito aprazível aos olhos de qualquer pessoa.
Algumas pessoas fumam embaixo da sombra das árvores logo a frente.
Quanto a mim. Uma parte da paisagem, apenas. Uma música baixa saindo de dentro da bolsa suja. Invisível. Quase completamente imersa.
Expressão serena, talvez.
O que devem imaginar? Será que se perguntam o que eu tanto escrevo?
Mal sabem eles. Só agonizo.
Enquanto tudo se move lentamente e o meu cabelo dança no vento enquanto deixa passar uns raios que desenham no papel formas quase perfeitas. Imagino que, apenas, faço parte da paisagem, como sempre.
Mas ninguém sabe. Sou só agonia!
O que sinto na pele me atravessa tão forte, tão claro de quase cegar.
Penso sentir tudo tão intensamente, que chega a ser desperdício.
É isso! É isso que talvez eu seja agora.
Um acúmulo indiscriminado dos meus desejos desperdiçados em agonia.
- Chegaram pessoas estranhas e sentaram à minha volta -
Perto demais pra eu ignorar; longe demais pra eu conseguir me fazer presente de fato.
Eles estão confortáveis comigo aqui. Talvez eu possa voltar a fazer parte da paisagem, e compartilhar dos meus cinco minutos de agonia silenciosa, ou só da minha música baixa mesmo. Aparentemente um deles gostou de todas.
Agora, a luz que chega na folha através da sombra do meu cabelo é o que há de mais bonito nessa cena, me fez derramar uma lágrima tão calmamente, que até esqueci que agonizava. É o que suga minha atenção. Merecia uma foto, mas o que eu tenho visto é que as câmeras fazem cada dia menos justiça ao que os meus olhos capturam.
Talvez, mas só talvez, eu seja isso também. ESPECTADORA.
O que de algum modo me autoriza (convenientemente) a não entrar em contato diretamente com o que me toca. E enquanto assisto: Apenas agonizo.
É isso! É isso que sou agora.
A apática agonia espectadora daquilo que me atravessa.
ou,
A estranha encolhida de cabeça baixa,
escrevendo,
no banquinho de madeira,
com o sol no cabelo.
São Lázaro, 28.08.2017
07/03/2017
do ponto de partida.
As voltas que eu dou, no fim das contas, são só minhas. Paro no mesmo lugar e o substrato que me aflige ainda é não saber. Não caber. Não pertencer ao lugar que me destinas.
Não canso de dizer, que metades não me fazem. Não dou conta do sossego estático do seu sentir.
Não me encaixo no lugar que não me cabe. E a esse respeito, nada posso fazer.
Se me cria expectativa, de imediato, nada me priva do fato de não bastar o não cumprir.
De nada adianta concordar, afirmar, mensurar, contestar.. Não me alimento de verbo. A carne, insossa, não me enche a alma.
A calma, fosca, me cega. Ensurdece o meu afeto e me repulsa. Expulsa!
Não canso de dizer, que metades não me fazem. Não dou conta do sossego estático do seu sentir.
Não me encaixo no lugar que não me cabe. E a esse respeito, nada posso fazer.
Se me cria expectativa, de imediato, nada me priva do fato de não bastar o não cumprir.
De nada adianta concordar, afirmar, mensurar, contestar.. Não me alimento de verbo. A carne, insossa, não me enche a alma.
A calma, fosca, me cega. Ensurdece o meu afeto e me repulsa. Expulsa!
24/11/2016
das elocubrações.
"Estou profunda, como um poço sem fundo."
Ela disse: não esquece. Não deixa passar.
O meio do mundo tá no fundo.
Do que eu não digo, e que se funde quando eu olho.
Sustenta. O fundo não chega. A fala não chega.
O mundo não cabe no fundo das coisas.
Que chegam e não passam.
Que fundam e começam na mesa da casa.
Na morte do nada. Na casa do fundo da gente.
Que não acumulam e não acomodam no resto de fundo que resta de tudo. Do todo do mundo do outro.
Da casa de gente que a gente não sente, não chega, não afunda na casa de gente que mora no fundo.
No poço profundo, que é casa de ninguém.
Sinto tão fundo que nem vejo onde.
Tão profundo, feito mente de monge.
Tão fundo, que nem poço sem tampa.
Sem ver. Sem gente. Nem posso.
Profunda.
Acumulada. Acelerada. Desajustada.
Poça sem fundo.
Sendo a alma. Acumulada. Calada em desordem.
Cedendo.
Não sendo.
Ela disse: não esquece. Não deixa passar.
O meio do mundo tá no fundo.
Do que eu não digo, e que se funde quando eu olho.
Sustenta. O fundo não chega. A fala não chega.
O mundo não cabe no fundo das coisas.
Que chegam e não passam.
Que fundam e começam na mesa da casa.
Na morte do nada. Na casa do fundo da gente.
Que não acumulam e não acomodam no resto de fundo que resta de tudo. Do todo do mundo do outro.
Da casa de gente que a gente não sente, não chega, não afunda na casa de gente que mora no fundo.
No poço profundo, que é casa de ninguém.
Sinto tão fundo que nem vejo onde.
Tão profundo, feito mente de monge.
Tão fundo, que nem poço sem tampa.
Sem ver. Sem gente. Nem posso.
Profunda.
Acumulada. Acelerada. Desajustada.
Poça sem fundo.
Sendo a alma. Acumulada. Calada em desordem.
Cedendo.
Não sendo.
Assinar:
Postagens (Atom)