23/02/2015

00:05

Porque é na madrugada que essas coisas aparecem.
Como quais? Todas elas.
A seca, a enchente, o escândalo, o castigo, o frescor.
Porque é nessas horas que os dedos estremecem, sofrem.
A polidez do dia ocioso se esconde atrás da tela do computador, lento e cheio de vírus.
Irritante!  Mas depois eu resolvo.
Porque na madrugada, tenho mais o que fazer.
Pensar demais, quase chorar, sorrir do nada, desenganar, entorpecer, quase morrer.
De pensar.
Ainda não me convenci. Do seu silêncio, da minha falta, do embaraçar.
Porque é nessas horas que tudo fica embaraçoso e interminável.
Pensar demais, querer demais, falar demais, achar demais, mas ter certeza. 
Depois, talvez.
O tempo realmente se arrasta no ócio da madrugada interminável, incontável, inabalável, incontestável. Testa de ferro. 
Pura desculpa pra o descontrole.
O descontrole dos dedos, dos nervos, do gosto, do novo.
T a q u i c a r d i a.
Assim, devagar, porém urgente. Dá pra entender?
Tentou sentir algo? Sentido algum? Eu sei!
Faltou o ar!
Cuspi tudo de uma vez, e só no fim me dei conta que prendia a respiração.
Mas é porque nessas horas não dá tempo de respirar.
Tudo é muito, é todo, é de uma vez só. E é sem fim.

Mas só porque a essa hora da madrugada, é que tudo some.

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