08/06/2014

Da solidão.



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Dos meus fantásticos fantasmas. 
De andar pela casa, pulando, cantando, dançando, rindo sozinha.
De seguir o ritmo da minha cabeça, da minha música, da minha solidão.
De parecer louca, só pra mim, dentro dos muros e dos portões.
De me ver de perto, no espelho limpo.
Nua e crua, descabelada e barulhenta.
De cada detalhe que me move.
Dos pequenos instantes de felicidade.
De cada minuto da música inesperada que diz tudo.
De pensar sobre tudo e sobre nada, com a água jorrando nos cabelos.
De pensar em você, e deixar pra lá.
De pensar em todo o resto, e deixar pra lá.
Porque eu to sozinha. E preciso aproveitar.
Porque um instante de felicidade completa é mais do que lugares cheios.
É mais do que qualquer coisa.
É mais do que qualquer pessoa.
É muito maior do que alguém possa entender.
Estar feliz comigo, apenas.
Sem roupa cara, de cara lavada, sem roupa, de cara.
Estar feliz com a espuma no cabelo,
Com a fumaça do incenso,
Com o barulho do vento,
Com o silêncio da casa vazia.
Sem gente, sem fala, sem beijo, sem nada!
Da solidão que me faz ver que um dia inteiro só pra mim, é o que basta.
Gosto.


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